Dias amenos, cheios de preguiça. E a vida está indo, eu estou indo e não sei se meus pensamentos são normais, se o que tenho feito é o certo.
E na verdade, eu não estou nem aí. Não tenho muitos amigos, os amigos que tenho estão distantes. A vida acaba levando a gente pra outros lado, e a gente sem saber o que fazer segue a direção incerta do vento. Me sinto leve, minha casa está uma bagunça, tenho pensado muito no meu futuro e nas pessoas que realmente quero ao meu lado, e se algumas ficarem pelo caminho é porque assim tinha que ser.
Não tenho falado muito, minha vontade é de estar só, de viver a vida que é só minha, de estar no meio de mim mesma, sem intrusos.
Tenho medo, hoje acredito menos nas pessoas e suas intenções. Hoje eu sei que nada é o que parece ser, e mesmo que a gente tenha certeza, as certezas são vagas e não garantem que não haverá lágrimas. Tenho um sentimento de coisas boas comigo, algo me diz que a vida ainda pode ser mais bela, e eu ainda tenho muito pra viver.
De tudo o que vivi, de tudo o que passamos eu guardo em mim as melhores partes, a mais bonita saudade e o retrato no melhor ângulo, são as minhas lembranças, são o que me fazem ser isso o que sou hoje. Sinto que preciso ainda acertar algumas reticências e no lugar delas colocar pontos, por enquanto faço dos meus dias aquilo que podem ser.
Queria ver muita gente melhor, queria poder estar melhor...
A decepção com certas pessoas, certos detalhes é inevitável e natural. Das decepções é melhor fazer armaduras e seguir em frente.
Não me importa o que acham, o que dizem, quem são, quem deixaram de ser. O importante, o claro, é que eu sei o meu lugar e sei quem sou, e isso não vai mais mudar. Minhas verdades são claras, e se alguém não as vê tudo bem, porque eu as conheço de longe...
Fernanda Paiva.
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