Seus olhos de
semáforo me fogem: não. Me olha e pisca lento: atenção. E depois desvia a pupila
pra esquerda: pode vir. Não é culpa nossa, quando a gente vê, tenho minha língua
na sua virilha sem recordar o primeiro toque no braço. É tão pra ontem esse
querer que eu queria penetrar direto pela veia. Você finalmente pega no sono e
me faz prometer que não vou soltar sua mão. Chega uma hora que a verdade dá as
caras e eu te tenho em mãos, mais uma vez. Não está tudo bem agora, pequena. Mas
vai ficar.
É como um balão de
gás helio. Solto no céu, chama atenção. Preso na mão é só um enfeite. Deixa
voar, quem sabe ele volta pra tua mão.
Gabito
Nunes
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