14 de abril de 2011

Presença

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que, apenas, levemente o vento
das horas ponha um frêmito nos teus cabelos...
É preciso que tua ausência trescale
sutilmente no ar, a trevo machucado,

a folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso saudade para eu te sentir
como sinto -em mim- a presença misteriosa da vida...

Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nuca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho que fechar meus olhos para ver-te!

M. Quintana

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